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sexta-feira, 17 de junho de 2011

'É UMA DAS MELHORES NOTÍCIAS DA VIDA', DIZ BRASILEIRO PRESO NO CHILE


  

Leopoldo Paulino, brasileiro, foi preso pela ditadura chilena.
Augusto Pinochet morreu neste domingo (10) em Santiago, no Chile

"Que boa notícia que você me deu. Maravilha! Essa é uma das melhores notícias da minha vida", comemorou Leopoldo Paulino, de 56 anos,ao saber da morte do ex-ditador Augusto Pinochet, neste domingo (10), no Chile.
Militante estudantil, integrante da Aliança Libertadora Nacional, Paulino foi preso no Brasil durante o 30º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). Perseguido pela ditadura militar no Brasil, iniciada em 1964, refugiou-se no Chile sob o regime do socialista Salvador Allende, e acabou preso dias após Pinochet assumir o poder por meio de um golpe militar.
Autor do livro "Tempos de Resistência", hoje vereador pelo PSB em Ribeirão Preto, no interior paulista, afirma que saiu do Chile com o orgulho de não ter falado o que os militares queriam ouvir.
"Cheguei ao Chile antes do golpe. O golpe aconteceu em no dia 11 e nós fomos presos no dia 17. Fomos espancados na delegacia de estrangeiros, na rua General Machina. Passamos o dia na mão de policiais civis. Depois fomos soltos por causa do toque de recolher e ficamos perambulando pelas ruas", afirmou, em entrevista ao G1.
"No dia 19, entramos na Embaixada do Panamá, onde havia mais de 300 sul-americanos. Permanecemos lá por 20 dias, eu e minha mulher, que estava grávida, um filho de um ano e oito meses e uma companheira acometida por transtornos mentais. Por causa da pressão exercida pelo governo panamenho, conseguimos o salvo conduto para Buenos Aires, quando a Argentina era governada por Juan Domingo Perón. De lá, voltei para o Brasil a tempo de fugir da ditadura argentina", conta.
'Um prédio em cima de mim'
Amigo de Paulino e perseguido político no Brasil, o dirigente do MD (antigo PPS) Paulo Azevedo evita comemorações. "Seria bom que ele continuasse vivo para pagar pelos crimes que cometeu e devolver o dinheiro que roubou", diz ele, que viveu no Chile antes do golpe e voltou clandestinamente ao território brasileiro.
O político conta que teve amigos perseguidos pelo regime. "Um deles, de origem japonesa quase foi fuzilado pelos militares, que o confundiram com um chinês", afirma. A China, comunista, era declaradamente um dos maiores inimigos do regime chileno.

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